Bem vindo ao blog Momentos

Aqui voce vai conhecer pequenas coisas que me fazem feliz. Espero ter passado através das fotos contidas nesse blog e de algumas palavras nele escritas um pouco de sentimento, bom gosto, e amor pela natureza; coisas que sinto e gostaria de partilhar com voce, que agora visita este blog.



Espero conseguir, em algum momento, dividir com voce o mesmo sentimento e a mesma alegria por alguma coisa em comum.







Um abraço carinhoso.



Rita de Cássia



sábado, 20 de março de 2010

Músicos e poetas

Tenho meus poetas, meus músicos, são muitos que fizeram parte, e marcaram os bons tempos da minha vida.
Já respirei poesia. Houve um tempo que tudo virava um verso: o vento, a chuva, até mesmo a morte, triste evento, de repente virava poesia. Lindo, ousado, sonhador, foi embora o tempo bom de fazer poemas, ou de acreditar que os fazia. Ficaram os verdadeiros poetas que sempre estarão avivando nossas emoções com seus textos e suas músicas.
A música que constrói o gosto por coisas belas, a poesia que alimenta a alma e reflete os sentimentos, ou um quadro que descreve as delicadezas do ser deixam marcas indeléveis, não importa o tempo percorrido.
Nas minhas buscas pela Net, encontrei alguns poemas inesquecíveis, dos poetas que marcaram minha história. Amo Chico Buarque com suas letras fortes , dramáticas, Tom Jobim com seus poemas delicados, o romantismo de Vinicius de Moraes e outros , entre eles Mario Quintana com suas frases , pensamentos,poemas , Pablo Neruda o poeta sensual, Fernando Pessoa com seus heterônimos.
Música e poesia pontuam o tempo,preenchem seu espaço andando de mãos dadas e criam um plano de fundo para cada historia. Deixo abaixo dois poemas que, para mim, não são românticos mas de uma beleza absoluta e realista que somente estes dois autores são capazes de escrever.
Tempo e Artista (Chico Buarque)
Imagino o artista num anfiteatro
Onde o tempo é a grande estrela
Vejo o tempo obrar a sua arte
Modelando o artista ao seu feitio
O tempo, com seu lápis impreciso
Põe-lhe rugas ao redor da boca
Como contrapesos de um sorriso
Já vestindo a pele do artista
O tempo arrebata-lhe a garganta
O velho cantor subindo ao palco
Apenas abre a voz, e o tempo canta
Dança o tempo sem cessar, montando
O dorso do exausto bailarino
Trêmulo, o ator recita um drama
Que ainda está por ser escrito
No anfiteatro, sob o céu de estrelas
Um concerto eu imagino
Onde, num relance, o tempo alcance a glória
E o artista, o infinito
***************
Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos". (Fernando Pessoa)
DA MINHA ALDEIA vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave,
Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver.